Feridos e doentes têm o direito, mesmo em meio ao caos de um conflito armado ou de uma emergência, de receber tratamento adequado de saúde. Apesar disso, em muitas situações, pacientes, pessoal de saúde, meios de transporte e infraestrutura sanitária são desrespeitados e sofrem diversas formas de violência, o que prejudica ou impede o socorro às vítimas e um tratamento adequado. Para discutir essa questão, que afeta milhares de pessoas no mundo todo, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) realiza o debate ”Consequências humanitárias da falta de respeito e de proteção aos serviços de saúde”, com o coordenador da campanha internacional do CICV “Assistência à Saúde em Perigo”, Rilito Povea.
O debate, a ser realizado na próxima quinta-feira, 25 de setembro, às 18h, no do Museu Nacional da República, em Brasília, contará com a participação da presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), Angela Maria Alvarez, o diretor de Relações Internacionais da Associação Médica Brasileira (AMB), Dr. Miguel R. Jorge, e o coordenador adjunto do Departamento de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde, Alexandre Teixeira Trino. A mediação é do responsável pelo Programa Acesso à Saúde do CICV, Ricardo Laino. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.
Segundo o chefe da Delegação Regional do CICV para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, Felipe Donoso, não se trata de uma fatalidade da guerra que a violência atinja, indistintamente, os serviços de saúde, justamente nos momentos em que eles são mais necessitados. “Combatentes feridos e, principalmente, multidões de civis, crianças, mulheres e homens morrem de lesões que poderiam ter sido tratadas se as disposições do Direito Internacional Humanitário fossem respeitadas”, ressalta Donoso. O chefe da delegação regional do CICV acredita que o Brasil e os brasileiros desempenham um papel importante no cenário internacional e podem influenciar outros países a garantir o acesso seguro e irrestrito aos serviços de saúde às vítimas de conflitos armados e emergências ao redor do mundo. “É uma questão de vida ou morte”, completa.
Mostra fotográfica
O debate da próxima quinta-feira, 25 de setembro, é uma das atividades paralelas da mostra fotográfica “Assistência à Saúde em Perigo: Líbia e Somália no Olhar de André Liohn”, em exposição até 12 de outubro no Museu Nacional. Também como parte da programação do evento, no último dia 11 de setembro, uma mesa redonda reuniu jornalistas de alguns dos maiores veículos do país para debater sobre “Desafios da cobertura jornalística em situações de conflito armado e emergências”.
A exposição “Assistência à Saúde em Perigo: Líbia e Somália no Olhar de André Liohn” reúne 70 imagens realizadas pelo premiado fotojornalista entre 2010 e 2013 na Somália e na Líbia e denunciam ao público a precariedade e a insegurança no atendimento aos feridos de guerra e às equipes de socorro. A mostra fica em cartaz em Brasília, no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, na Esplanada dos Ministérios, até 12 de outubro, com visitação de terça a domingo, das 9h às 18h30. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.
Saiba mais sobre a Campanha Assistência à saúde em Perigo no site: www.icrc.org
Conheça a última publicação “ Assistência à Saúde em Perigo: Incidentes violentos que afetam a prestação de assistência à saúde – Janeiro de 2012 a dezembro de 2013”, análise do CICV sobre os efeitos da violência contra a assistência à saúde durante conflitos armados e outras emergências em 23 países (inclui infografia com números).
Fonte: AMB